“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre
abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no
Senhor.” 1Co 15.58
Você já percebeu a inconstância
dos relacionamentos na sociedade atual? Casamentos, noivados, namoros,
amizades, relações de trabalho e toda sorte de relacionamentos são
abalados por um conceito descompromissado de que “nada é para sempre”.
Conheço a história de um casal que, durante o namoro, enfrentava grandes problemas de instabilidade. Em quase todos os desentendimentos, a primeira frase que se falava era: “então, eu quero terminar tudo…”. O relacionamento não aspirava confiança em ninguém, nem neles mesmo. Havia sempre uma incerteza quanto ao futuro, uma dúvida quanto à segurança do relacionamento. Isto impedia o progresso do relacionamento, impedia a elaboração de planos, impedia os sonhos conjugais. O relacionamento deles só teve sucesso e progrediu quando entenderam que precisavam de estabilidade, da certeza de que um não deixaria o outro. Conheço outros relacionamentos que vivem em um legítimo “entre tapas e beijos”, um “ata e desata” em que nunca se sabe se estão juntos ou não.
A Bíblia nos conta que Deus escolheu o povo de Israel para um
relacionamento, e de tempo em tempo, este povo queria deixá-Lo para
seguir outros deuses. Esta prática irava a Deus como nenhuma outra
prática já O irou. Seguiam deuses construídos por suas próprias mãos,
seguiam deuses de outras nações, seguiam suas próprias necessidades, e
invariavelmente abandonavam o Deus que os criou e os tirou de uma terra
de escravidão. Trocavam a estabilidade do relacionamento com o Deus que
os sustentava por pequenos problemas e falsos deuses. Deixavam Deus
entristecido e frustrado quanto aos planos que tinha para o
relacionamento com eles. Sofriam por tal prática, abandonar Deus sempre
custa muito caro. Arrependiam-se, voltavam, e logo faziam tudo
novamente. Viviam entre a adoração das bênçãos recebidas e a murmuração
das necessidades.
O grande problema é que temos visto, atualmente, muitas pessoas
tentando desenvolver este mesmo tipo de relacionamento com Deus,
descompromissado, inconstante, instável e infiel. Repete-se a história:
abandonam Deus e O trocam por paixões passageiras. As causas são as mais
diversas: Alguns O deixam, ou ameaçam deixá-Lo, quando as coisas dão
errado, têm a ilusão de que a vida com Deus está isenta de sofrimentos.
Outros, quando as coisas estão dando errado estão firmes e constantes
buscando ajuda em Deus, mas assim que as coisas se acertam sentem que
não precisam mais de Dele, descartando-O, como um amuleto, para quem
sabe se, um dia for necessário, usá-lO novamente. Existem outros que
servem a Deus enquanto concordam com Seus planos, quando discordam da
vontade Dele, invariavelmente, O abandonam. Acham que seus planos e seus
desejos, suas opiniões são mais inteligentes do que as de Deus. Não
entendem que opiniões são passageiras, a vontade de Deus, porém, a
VERDADE, é eterna. Têm os que, no primeiro deslize, no primeiro pecado,
jogam tudo para o alto e abandonam Aquele que nunca nos abandona. Não
entendem o poder da graça de Deus. Têm também os que se perdem e O
abandonam em meio às dúvidas, as questões difíceis da vida: por que um
Deus bom permite que pessoas boas sofram? Por que Deus não se mostra?
Por que a ciência não prova a existência de Deus? As dúvidas podem ser
as mais diversas e podem nos inquietar a ponto de tirar a nossa paz.
Devemos entender, porém que Deus está acima do raciocínio e da razão
humana, acima da ciência para que ela possa prová-Lo. As respostas Deles
para nossas dúvidas não estão estampadas em outdoors, mas podem
perfeitamente ser encontradas em Sua palavra. Existem também os que O
abandonam quando as necessidades da carne, os apetites, a fome, o desejo
sexual, as privações vêm. Têm dificuldade de entender que quando os desejos do espírito não são satisfeitos, os desejos da carne tornam-se irresistíveis.
Terminam assim, trocando Deus por desejos e necessidades. Os motivos
aparentes para deixarmos Deus são muitos, a causa determinante, porém, é
UMA só.
Existe uma doença psiquiátrica onde o humor da pessoa oscila entre o
deprimido e o eufórico. No Transtorno Afetivo Bipolar, existem períodos
de euforia, agitação, disposição, insônia, sonhos, projetos, tudo isto
extremamente exagerado, patológico, intercalando-se com períodos de
tristeza, solidão, pensamentos suicidas, indisposição, vontade de largar
tudo. Vivem em dois polos, dois lados opostos. Infelizmente, uma grande
parte dos cristãos atuais sofre da bipolaridade que não é afetiva, é
espiritual. Intercalam momentos de disposição, alegria, juras de amor a
Deus, com momentos de desespero, abandono, indiferença e desprezo a Deus
e Sua vontade. Bipolarizam entre a alegria patológica de servir a um
Deus que não conhecem e a tristeza de se frustrarem com o mesmo Deus que
não conhecem.
O tratamento do Transtorno Afetivo Bipolar visa à
estabilização do humor. Isto se faz com uso de medicações que atuam
regulando a atividade de neurotransmissores cerebrais. Mas e a
bipolaridade espiritual, como tratá-la? Como regular a atividade do
espírito? Como tratar A causa da bipolaridade?
Assim como a mente dos pacientes bipolares necessita de um
estabilizador de humor, nosso espírito bipolar também precisa de um
estabilizador. Em Mateus 25, Jesus conta a parábola das dez virgens.
Nesta parábola, Jesus diz haver cinco virgens prudentes, que possuíam
azeite em suas tochas, e cinco virgens imprudentes, que não possuíam
quantidade de azeite suficiente em suas tochas. Em virtude da pouca
quantidade de azeite das virgens imprudentes, suas lâmpadas estavam se
apagando, não funcionavam com constância, não dava para confiar em
esperar o tempo necessário.
A realidade é que somos inconstantes com Deus e nossa luz acende e
apaga tantas vezes porque não temos a quantidade de azeite suficiente.
Jesus nos ensina que o estabilizador da nossa lâmpada espiritual é o
azeite. A única coisa capaz de nos estabilizar espiritualmente, de nos
tornar constantes em nosso relacionamento com Deus, é o azeite, o
Espírito Santo dEle em nós, em quantidade suficiente. Por isto, está
escrito em Efésios 5.18, “encham-se do Espírito Santo”. Vivemos
acendendo e apagando, amando e desprezando Deus porque não temos a
quantidade de Espírito Santo que precisamos ter. E como adquirir este
Espírito Santo? Na continuação da parábola está escrito que as virgens
precisariam comprar o azeite. (Mateus 25.10). A verdade é que para ter o
Espírito Santo na quantidade anti-bipolaridade precisamos pagar um
preço, não vem de graça. Ninguém adquire Espírito Santo sentado
esperando a vida passar. Só compramos bens para nós através de dinheiro,
moeda, e este dinheiro só chega até nós com trabalho, e este trabalho
custa muito do nosso tempo, custa uma rotina de sacrifícios. A moeda que
nos leva a adquirir o Espírito Santo possui dois lados: fé e
arrependimento. Demonstre sua fé chegando mais perto Dele: vida de
oração, vida de jejum, vida de leitura da palavra, renúncia; e demonstre
seu arrependimento indo para mais longe do pecado: confesse seus
débitos, obedeça a Deus sem questionar, peça perdão, corrija suas rotas.
Desta forma você terá recursos para adquirir o Espírito Santo, o
estabilizador, e viver livre da doença que tanto mata cristãos, a
bipolaridade espiritual.
O noivo está voltando e só terá
um futuro eterno com os que estiverem funcionando de forma plena, com
que tem um compromisso com Ele. Deus não quer “ficar” com a igreja, nem
mesmo um namoro descompromissado, nem um casamento do tipo “se não der
certo, separa”. Deus quer uma noiva firme e constante, para um casamento
eterno,
Ele já prometeu que está e estará sempre conosco até a consumação dos
séculos, e você, está com Ele, ou está bipolarizando? Que Deus te
abençoe e te faça estável, enchendo-te cada dia mais do Espírito Santo, o
nosso estabilizador.
(Jonny Leonio - www.jesuscopy.com)
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