domingo, 25 de setembro de 2011

“Por que não nasci em outra família?”

Estas declarações lhe parecem familiar?
- “Meu pai é muito bonzinho, minha mãe também, mas não passam de dois extraterrestres”.
- “Eu não posso contar meus problemas para os meus pais porque eles são um dos problemas.”
- “Eu não combino com meus pais. Tive o azar de nascer na pior família do mundo. Todas as outras são legais, menos a minha. Por que eu não nasci em outra família?”.
Histórias como essas mostram aquilo que tem dominado muitos lares: abismo entre gerações. Abismo entre gerações é a diferença entre pais e filhos e que vem a tona em forma de brigas, agressividade, diferença de pensamentos, rebeldia, indiferença e separação. Está casa dia mais difícil encontrar pais e filhos que sejam amigos de verdade. Na maior parte dos lares eles se toleram.
Assim, uma pergunta surge em nossa cabeça: E a culpa é de quem? Os pais dizem: “Meu filho(a) é gente boa, nunca se envolveu com nada de errado, tem muita capacidade, mas de um tempo pra cá... Nunca ensinei meu (a) filho(a) a ser assim.” Enquanto os pais resumem tudo a rebeldia, os ilhós tem muito a reclamar e dizem exatamente o que seus pais fazem de errado contra eles: “Proibições descabidas, cobranças a todo instante, competição com os filhos,falta de diálogo, acusações de todo tipo, cara fechada, falta de carinho e palavras de incentivo, frases como “eu sou o pai e está decidido”, sermões sempre os mesmos assuntos, vigilância 24hs por dia, mau exemplo dentro de casa, agressividade física e verbal na hora de corrigir, desprezo pelos problemas dos filhos por pensar que “meus filhos não tem problemas, os meus é que são problemas de verdade”, etc. No geral, a maior parte dos filhos ama seus pais, mas os acham ultrapassados e chatos.
Conta-se a história de um desses filhos que já não se dava bem com os pais, e pediu autorização para fazer uma viagem com os amigos. A resposta foi “não”, e houve uma terrível discussão, por que os pais não esclareceram o motivo. O rapaz entrou em seu quarto, pegou caneta e papel, e escreveu: “Vocês tem que pagar tudo que me devem”. Relacionou ali todos os favores, serviços, ajudas e obediência que já havia prestado aos pais:
·        Lavei o carro todas as semanas durante os últimos 5 anos = R$5.000
·        Varri o quintal durante os últimos 10 anos = R$10.000
·        Passei de ano em todos os meus anos escolares = R$20.000
·        Nunca mexi com drogas ou outro vício = R$10.000
·        Sempre fui a igreja = R$10.000
·        Lavei o banheiro duas vezes por mês nos últimos seis anos = R$5.000
Chamou os pais para uma “conversa séria” e entregou-lhes uma longa lista, dizendo: “Vocês devem me pagar tudo que me devem. Eu já fui bonzinho demais. Já fiz muitos favores e vocês pagam com proibições descabidas e sem justificativa. Por que não me deixaram viajar com meus amigos? Por que não me deram nenhuma explicação? Como vocês não reconhecem meu valor, então agora quero que me paguem todo este dinheiro por tudo que já fiz.”
Os pais, atônitos, leram todos os itens da lista e a pequena fortuna em dinheiro que seu filho exigia pelos anos de trabalho e obediência. Depois de alguns minutos, pegaram um pequeno pedaço de papel e escreveram algumas palavras. Em seguida perguntaram: “Você está querendo fazer um acerto de contas?” Ele disse: “Sim e sem enrolação.” Em seguida lhe entregaram o papelzinho onde se lia: NÓS LHE DEMOS A VIDA.
Ele baixou a cabeça enquanto seu pai dizia: “O valor deste “favor” que nós lhe fizemos é muito maior que todos os serviços que você já fez. Eu acho, portanto, que nesse acerto de contas é você quem ficou nos devendo. Mas não queremos dinheiro, QUEREMOS SUA VIDA.” No final, o filho pediu perdão por sua rebeldia e presunção. Essa história nos mostra algumas verdades importantes e que devem ser lembradas por todos os filhos:
1.      Nossos pais erram. Aqueles pais deveriam ter esclarecido o motivo da proibição. Existem muitos filhos que não admitem os erros dos pais, como se eles não fossem humanos. Percebo que os filhos não “horrorizam” com os erros dos amigos, mas aprontam o maior barraco, quando seus pais fazem coisas que o desagradam. Cobrar a perfeição dos pais é idiotice, porque os filhos um dia também serão pais imperfeitos.
2.      Os filhos também erram. Os filhos quase sempre acabam cometendo erros maiores que os de seus pais, usando a justificativa: “Já que eles agem assim, eu também posso agir como quiser.” Aquele jovem planejou sua vingança baseando-se no erro dos pais. Todas as vezes que um filho (a) justifica seus erros nos erros dos pais a coisa fica feia. Tenho visto muitos filhos passando de vítima a bandido, porque decidem fazer coisas piores que seus pais.
3.      Quando entram as cobranças absurdas, a paz vai embora. Os filhos têm mania de cobrar coisas absurdas do tipo: “Eu não pedi pra nascer nesta família, agora você tem que me dar o que quero”, “tenho feito tudo o que me pedem, por que não me deixa ir?”, “os pais de fulano são mais legais e liberais que vocês”, “dou o maior duro, e por isso mereço ter minhas vontades realizadas”. Filhos que gostam de fazer cobranças e colocar seus pais contra a parede se esquecem que:
·      Na hora do acerto de contas os filhos sempre saem perdendo. Não existe filho bom demais que não precise ser corrigido pelos pais e nem pais ruins demais que não mereçam respeito dos filhos. Se você é filho, tem que entender que nada que fizemos por nossos pais se comparará àquilo que eles já fizeram por nos. A ingratidão é uma das coisas mais terríveis do mundo. A filha que acha que sua mãe é obrigada a cozinhar, lavar, passar e ainda satisfazer a todos os seus desejos, está confundindo sua mãe com uma escrava. E o pior é que se esquecem que um dia elas também serão mães e sofrerão o mesmo desprezo por parte dos seus filhos. Fazer cobranças e acertos de contas com os pais é um atestado de burrice, porque nada que qualquer filho faça chegará perto daquilo que nossos pais já fizeram e sofreram por nós.
·     Os filhos merecem muito, mas só os pais merecem tudo. No exercito, o soldado não discute as ordens do general. Ele simplesmente obedece, porque sabe que se tudo der certo, ele será beneficiado e o general ainda mais. Se perderem a guerra, o soldado sofrerá, mas o general sofrerá muito mais. É mais ou menos assim que acontece num lar. Não cabe aos filhos tentar corrigir seus pais ou dirigir a casa. Isto é direito e dever dos pais. O direito dos filhos é de usufruir as bênçãos da obediência. As conseqüências, sim, cairão nos ombros dos pais. Se tudo der errado, a culpa não será dos filhos, mas se der certo, os pais merecem todo o mérito. Eu até acho que o filho merecia ganhar todo aquele dinheiro por seus favores aos pais, só que os pais mereciam ganhar o mundo inteiro por terem dado a vida ao seu filho.
4.      Só o perdão resolve as diferenças entre pais e filhos. Muitos pais e filhos acham que o problema entre eles só será resolvido se um dos dois admitir que precise mudar e que o outro está certo. Mas isso é ilusão. Enquanto um espera pela rendição do outro, a guerra dentro de casa continua. Não é a unidade de pensamento e vontade que unirá pais e filhos, e sim o perdão e a tolerância.
Em Lucas 15.11-32, encontramos a famosa historia do filho pródigo. Nela Jesus nos mostra que existe dois tipos de filhos: o rebelde que sai de casa mas depois se arrepende e volta, e o bonzinho e trabalhador que nunca abandona o lar mas é mais revoltado com o pai do que o outro. O filho que tinha tudo para viver longe de seu pai se arrependeu e reconciliou-se com ele, e o filho que tinha tudo para viver bem co seu pai, se revoltou e terminou como o bandido da história. E a historia termina com o filho pródigo dentro de casa e o irmão mais velho do lado de fora.
Existem hoje muitos “filhos pródigos” e “irmãos mais velhos” que estão vivendo longe do lar. Não estou falando apenas dos que brigam e saem de casa, mas principalmente daqueles que vivem revoltados e, mesmo morando juntos, estão com o coração totalmente afastado dos pais. Filho pródigo não é aquele que se muda para longe, mas é o que se envergonha dos pais, que vive revoltado e contrariado com eles. Ser filho pródigo é ter um coração voltado contra os pais.
Os filhos sempre tentam me provar que seus pais merecem ser maltratados pela forma como agem. Mas não é bem assim que a Bíblia nos ensina. Efésios 6.1-4 nos diz sobre obedecer e honrar e das conseqüências dessa atitude. Obedecer é muito mais que cumprir ao pé da letra uma série de ordens dadas. É fazer, de coração, mais do que aquilo que lhe foi pedido porque sabe que agradará a seus pais.  Honrar é muito mais que prestar continência para os pais como se você fosse o soldado e eles o general. É deixar bem claro para as pessoas que você tem orgulho de seus pais e que um dia quer ser como eles. Obedecer e honrar os pais determina a qualidade e a quantidade da vida dos filhos.
Quero que você filho ou filha entenda uma coisa: VIVER EM DESOBEDIENCIA É O MESMO QUE COMETER DUPLO SUICÍDIO. Sabe por quê? Porque você mata as suas chances de um futuro próspero e abençoado e ainda encurta seu tempo de vida na terra. A palavra de Deus nos garante que o filho desobediente morre cedo.
              
Sei que seus pais não são perfeitos, mas você deve obedecê-lo e amá-los com toda a sua força, porque, quando Deus quis se manifestar aos homens, Ele não se apresentou como patrão, ou general, ou presidente, ou rei, mas sim como Pai. Quem despreza e agride os pais da terra, despreza e agride o Pai Celeste. Quem abraça, beija e obedece aos pais da terra, abraça, beija e obedece ao Pai Celeste.
Tome agora uma atitude! O filho pródigo disse: “Vou voltar para a casa de meu pai e conversarei com ele”. Ele não esperou seu pai tomar a atitude, ele mesmo decidiu e foi lhe pedir perdão. Peça ao Pai Celeste que Ele lhe mostre o que você tem feito de errado contra seus pais, mesmo nas pequenas coisas. Então, vá até eles e peça perdão, porque somente assim é que a prosperidade, a benção, a longevidade e a paz com Deus o acompanharão por todos os dias da sua vida. Que no ultimo dia, quando toda a humanidade for julgada por Deus, você, filho ou filha, possa ouvir o elogio do Senhor dizendo: “Você cuidou bem do seu tesouro que lhe confiei. Sei que não foi fácil ser carinhoso(a) e obediente, mas aqui está sua recompensa” e lhe mostrará seus pais, salvos e perfeitos, vivendo com Deus e com você, eternamente juntos no céu.

[Baseado em: Manual de sobrevivência para jovens cristãos – Lúcio Barreto Jr.]

Valeu,

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